As luzes apagadas e o silêncio instalado enganam muito bem a turba desmemoriada que enxerga o que vê, não dando o espaço essencial da vida que é a preservação. Devem fazer parte da classe moderna do efêmero, uma vez que não se dão conta que a história e nossa aliada para o fim.
Nos conta a soberana que as trilhas de pedra
irregular serviam de fio condutor para o tropeiro que chegava à fábrica
monumental erguida em meio a mata nativa, beirando um rio que até
hoje é tido como rebelde e cheio de vida. Ele segue o destino que a natureza
lhe deu, e mais do que isso, se arvora como arrimo ao passado, cuidando de tudo
que lhe entorna, da natureza viva ou morta mas, principalmente, da paisagem
deslumbrante que ele rega e dos velhos caminhos, servindo de companhia e sendo
a própria memória da biografia da cidade.
O retrato da cidade em vários ângulos está sempre
se voltando para aquele pedaço de céu, muito bem ocupado pelo edifício que
serviu para enriquecer a cidade e alimentar as famílias. O prédio se encontra
vivo no coração de quem o conheceu atuante e muito mais, talvez, nos seus
descendentes.
Passados tantos anos, fincado no chão, morto e
descuidado, o que mais envaidece seus fãs é a sua absoluta competência de não
se deixar abater, mesmo sendo vilipendiado em sua estrutura. Corajoso e muito
bem acompanhado pelos que amam a história, segue incólume, mesmo sendo
vergastado pelos ventos e pela temporada moderna de destruir o passado.
Derrubem a história e a chaga ficará aberta
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